quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

OYAMA TRILOGY: Karate for Life (1977)

Também ando sem tempo para postar atulizações no blog, mal comecei e já tô reclamando! Mas sobre este clássico eu queria falar há muito tempo. Peço aos meus visitantes mais informações sobre este filme.
Além da popular trilogia "Street Fighter", o Oyama Trilogy também é muito bom. Não sei até que ponto da biografia do Mas Oyama é real e até onde é lenda, pois muito do que já foi contado nos três filmes estrelados por Sonny Chiba: Karate Bullfigher, Karate Bearfighter e Karate for Life está em Fighter in the wind (2006), como o envolvimento amoroso de Oyama com uma gueixa; a vez que ele matou um homem acidentalmente e para se redimir passou a trabalhar para família do cara, etc.

A grande diferença e ao mesmo tempo semelhança entre os clássicos japoneses com o coreano Fighter in the wind é a forma como as obras exaltam o nacionalismo de seus países.












Masutatsu Oyama era coreano, mas se naturalizou japonês e desenvolveu o estilo Kyokushin de Karate. Sua naturalidade jamais é mencionada na trilogia nipônica, até chegar ao ponto do personagem defender o "orgulho japonês" no derradeiro Karate for Life, no qual ele enfrenta americanos que ocupam Okinawa. Na versão coreana, Choe Baedal (seu nome real) come o pão que o diabo amaçou num país que todos o discriminam por causa de sua etnia. Pra quem não sabe, o Japão foi ou ainda é um pé no saco para seus vizinhos, o imperador Hirohito fez o inferno na Coreia, na China e em quase toda a Ásia.

Felizmente, acredito eu, o cinema e a cultura pop atual unem cada vez mais os povos do extremo oriente, veja que sempre há co-produções entre Japão/China/Coreia no cinema sempre bem sucedidos.

Mas falando em Karate for Life, este é o mais forçado de todos, com muito mais ação e acredito que seja apenas mais um exploitation típico do Sonny Chiba. Na cena final Oyama enfrenta um vilão que se esconde num labirinto de espelhos, é não é um plágio descarado de Operação Dragão?












[acima, Chiba mete a cabeça do pobre vilão no espelho e uma super-voadora logo na abertura]

Mesmo assim, o combate é tão divertido quanto o filme estrelado por Bruce Lee, mas o melhor está na luta de abertura, onde Chiba enfrenta uns 100 homens de uma só vez.

Nos dois primeiros: Karate Bullfighter e Karate Bearfighter, o verdadeiro Masutatsu Oyama aparece na abertura treinando com os seus alunos. Em Karate for Life ele não faz nenhuma participação, suponho que isto ocorra porque nesta última película, a história seja inteiramente fictícia, como poderia ter acontecido aquela luta no estilo Operação Dragão?

Leia mais sobre Street Fighter (Gekitotsu! Satsujin Ken) e Sonny Chiba no finado, mas ainda muito bom Pagoda Reborn de Otávio Moulin. E sobre Fighter in the Wind lá também. É bom ler o blog do Bruno, que deixa qualquer um louco de curiosidade para assistir a filmes do Sonny Chiba.

Saiba mais do Karate Kyokushin clicando aqui em artigo especial do NippoBrasil

6 comentários:

  1. Sem dúvida Operação Dragão influenciou um sem número de cenas de filmes de artes marciais, propositadamente ou não.

    Mas como vc bem disse eu acho interessante este nacionalismo que os filmes de ação lá do oriente volta e meia sempre colocam. Eu lembro sempre dos filmes doo jet Li, dele descendo a porrada nos colonizadores ingleses, e daquele que termina com a bandeira da China tremulando no fundo. Os Tailandeses do Tony Jaa etc. Não seria um tanto injusto muitas pessoas acharem até legal estas características nos filmes de ação orientais, e torcerem o nariz quando os americanos fazem também as suas patriotadas nos filmes?

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  2. Jau você disse tudo. Até certo ponto eu não ligo para as patriotadas dos filmes de ação, mas quando ela começa a aparecer demais enche o saco. Rambo é um dos meus filmes prediletos da infância, o que interessa lá é entretenimento puro, me esqueço da ideologia contida na fita. Dos filmes de Michael Bay, idem, mas acho que ele força muito.

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  3. Há também muitas produções no Japão que têm uma tendência de criticar o próprio nacionalismo que o país praticava nos tempos da 2º guerra mundial. Veja como exemplo o "Black Belt" (Kuro-obi), o GEN (Hadashi no Gen), Hotaru no Haka, entre muitos outros.

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  4. É verdade, me lembro de O Túmulo dos Vagalumes, que o filme critica o nacionalismo irracional, que fazia o povo acreditar que poderia vencer a guerra quando tudo estava perdido. Até os americanos ultimamente estão dando patadas nisto, como os recentes No Vale das Sombras e Gran Torino; não são filmes de ação mas tá valendo. E também adoro os filmes do Rambo, pois a gente percebe que a ideologia do filme não é séria, somente interessando a diversão.

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  5. Ainda não parei pra conferir essa trilogia do Oyama com o Sonny Chiba, mas conheço bem a história do Mestre Mas Oyama e ela é realmente impressionante. Quanto a questão do patriotismo, vale lembrar que o primeiro Rambo é uma crítica federal aos EUA, a série só caiu na patriotada nos episódios posteriores.

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  6. Entendo. O primeiro filme traz mesmo um enredo muito mais bem elaborado. Rambo é um soldado americano que sofreu o inferno na guerra do Vietnã e é discriminado pela sociedade de seu próprio país (EUA). Além de ter sido abandonado pelo governo que apenas o utilizou como instrumento de guerra, isto não deixa de ser uma realidade.

    E não quero dizer que a trilogia Oyama é uma patriotada só, passa longe disso, mas há muitas referências defendendo o orgulho do Japão ocupado por tropas americanas.

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