quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

OYAMA TRILOGY: Karate Bullfighter



Kenka Karate Kyokushinken. Direção: Kazuhiko Yamaguchi. Japão, 1975

Sonny Chiba em Karate Bullfighter

E para começar a contar a vida real (ou parte) do grande mestre Masutatsu Oyama, o fundador do estilo Kyokushin, nada melhor que convidar o próprio para aparecer na abertura do filme:
Masutatsu Oyama em pessoa
Oyama e seus alunos treinam ao nascer do sol, um discípulo se arremessa num pequeno círculo em chamas

Numa competição nacional de caratê, um desconhecido esfarrapado surge querendo fazer parte do torneio, numa demonstração de força e habilidade o sujeito quebra 27 tijolos com um único golpe "faca de mão" e não com punho fechado como os outros competidores fizeram com menos material. Seu nome era Masutatsu Oyama (Sonny Chiba).
Oyama se apresentando
O duro treinamento nas montanhas e a inspiração em Miyamoto Musashi , fizeram de Oyama o invencível do Caratê

E na hora do Kumitê, não deu outra, Oyama quebrou todos os adversários, inclusive o favorito Nanba (Masashi Ishibashi).
quebrando tijolos (ou seriam telhas?) e o combate mano-a-mano
Oyama (Chiba) dá uma voadora em Nanba (Ishibashi)

Porém, o mestre buscava um combate puro e não concordava em ver a arte marcial sendo tratada como um esporte comum, ele buscava um duelo à moda antiga com permissão de utilizar todos os golpes existentes. Não tardou muito para ganhar opositores na cúpula das associações de Caratê que o viam como uma ameaça.

"Mas" ainda ganha seu primeiro discípulo: Ariake (Jiro Chiba, sim o irmão de Sonny Chiba) que mais tarde é morto a tiros pela polícia durante uma briga.
Irmãos atuando: Sonny e Jiro Chiba

Oyama ainda se reencontra com uma antiga paixão, Chiako (a bela Yumi Takigawa) que atualmente estava trabalhando como gueixa e servindo soldados americanos. Não fazia muito tempo do final da Segunda Guerra e os ianques ainda ocupavam o Japão. Ao reencontrá-la, Oyama perde a cabeça, dá uma surra no oficial estadunidense e ainda violenta (!) Chiako dentro de um carro. A pobre moça confessa que esta foi a sua primeira vez e não encontrou outra alternativa de viver depois da morte de seus pais e apesar do ocorrido, a gueixa sempre foi apaixonada pelo herói.
Após o final da guerra Oyama (ainda com traje de kamikaze) salva a jovem Chiako de um bando da "Yakuza",  (à direita) um desses infelizes tomando uma surra (todos levaram porrada das boas)
A gueixa Chiako (Yumi Takigawa)
Chiba dá um chega pra lá no oficial norte-americano e viola a garota, polêmico? Pelo menos é algo impensável pôr um herói desses num filme atual
a estratégia funcionou, pois Chiako fica perdidamente apaixonada pelo nosso (anti-)herói e passa a seguí-lo por todos os lados, mas agora é ele que começa a bancar o bom moço.

Diversos empecilhos impedirão o casal de ficar junto e isto se arrasta na segunda parte da trilogia.

O título que recebeu nos EUA: "Karate Bullfighter"
Um touro maluco invade às ruas e coube à Oyama pegá-lo na unha, arrancando-lhe o chifre. Uma cena muito violenta e explorativa. Na vida real, o mestre do Kyokushin chegou a fazer isso uma dezena de vezes em apresentações pelo mundo.

Outra coisa que Oyama fazia de verdade:
Peço perdão, nem dá pra enxergar, mas a cena é ótima

Partir garrafas ao meio com golpes de mão, isto foi incluído na cena em que soldados americanos "convidam" Oyama a mostrar do que é capaz e também lutar com um boxeador deles. Isto ocorre logo após o incidente com a gueixa Chiako.
Ariake (Jiro) morre após confronto com a polícia nos braços do mestre, Sonny Chiba sabe fazer melodramas bem convicentes. (à direita) ele mata um cara por legítima defesa

Após a morte de seu aluno, Masutatsu fica arrasado e vai encher a cara num bar. E para piorar encontra um arruaceiro encrenqueiro por lá e o inevitável acontece: briga e morte do vagabundo. Era a primeira vez que Oyama matava um homem, mesmo que tenha sido em legítima defesa ele fica muito arrependido, ainda mais quando fica sabendo que o falecido deixou esposa e filho sozinhos. Decide nunca mais lutar e para se redimir começa a trabalhar para a viúva que mais tarde o livra do fardo, perdoando-o.

A viúva do sujeito morto por Oyama

Oyama ainda descobre a conspiração das escolas rivais de caratê que planejavam entre outras coisas, matá-lo. Ele então parte para o ataque (!) e vingança (!!!) do seu aluno. O duelo final se dá contra o mestre Namba, que buscava a revanche.


Nos duelos finais, Oyama mandou aquele medo de matar pra aquele lugar e manda ver! Não sobrou ninguém vivo pra contar a história.

Apenas a sua amada clamando pelo retorno do mestre Oyama, que caminha numa estrada sem olhar para trás.

P.S.: Escrito na empolgação e afobação, o que interessa é você procurar ver este clássico!
Onde baixar: The Metal Hero (em DVD-R)

Um comentário:

  1. Queria saber o que o mestre Oyama real achou das liberdades narrativas que a trilogia tomou em relação a sua biografia.

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